Nami Katsuragi discursa na ONU sobre sucessão imperial no Japão e reflexões sobre soberania

No dia 14 de outubro de 2024, em Genebra, a jornalista e ativista Katsuragi Nami discursou no Comitê para a Eliminação da Discriminação contra as Mulheres das Nações Unidas. Representando a organização “União Nacional para Preservar a Sucessão Paterna da Casa Imperial”, Katsuragi defendeu a tradição japonesa de sucessão imperial por linha masculina, prática estabelecida pela Lei de Sucessão Imperial.

Em sua fala, ela destacou:
“Acreditamos que cada nação deve respeitar suas tradições e valores culturais. Assim como o Vaticano, o Islã e o budismo tibetano mantêm lideranças masculinas, o Japão também preserva sua identidade histórica sem que isso seja considerado discriminação.”

O Comitê da ONU questionou o Japão em 2020 sobre a Lei de Sucessão Imperial, considerando-a discriminatória por restringir o trono a homens da linhagem paterna. Katsuragi, que já havia enviado um parecer contrário em 2020, participou pela primeira vez da avaliação presencial do Japão no Comitê.

Durante as conversas, membros do Comitê, como uma representante do Líbano, afirmaram que suas recomendações buscam garantir equidade global, mas que a decisão final cabe à soberania de cada país.

Essa interação revelou nuances sobre a postura da ONU: recomendações como esta não têm caráter obrigatório e visam apenas sugerir mudanças baseadas em padrões internacionais.

No dia 29 de outubro, o Comitê publicou sua recomendação para que o Japão revise a Lei de Sucessão Imperial. Contudo, Katsuragi destacou que a palavra usada no texto original é “recommend”, que significa sugerir, sem força legal.

Ela criticou a mídia japonesa por apresentar o parecer como algo impositivo e alertou sobre o que chamou de “ilusão das Nações Unidas”, na qual o órgão seria visto como uma autoridade suprema acima das soberanias nacionais. Para Katsuragi, o Japão deve interpretar tais recomendações sob a ótica de sua autonomia.

Sobre Katsuragi Nami

Katsuragi Nami nasceu em 1970 em Tóquio, formou-se em Agricultura pela Universidade de Tóquio e é conhecida por seu trabalho em questões de meio ambiente e segurança nacional. Atua como presidente de duas organizações: “União Nacional para Preservar a Sucessão Paterna da Casa Imperial” e “Associação Caminhando com os Defensores do Japão”. Entre suas publicações destacam-se livros que abordam defesa nacional e história japonesa.

Publicar comentário