Famílias de vítimas de desastres aéreos buscam apoio e justiça em simpósio da ONU

(Foto: Bandeira da ONU | Wikimedia Commons)

Durante o Simpósio sobre Assistência às Vítimas de Acidentes Aéreos e suas Famílias, promovido pela Organização Internacional da Aviação Civil (ICAO), Kuniko Miyajima, de 77 anos, mãe de uma vítima do trágico acidente do voo 123 da Japan Airlines em 1985, fez um apelo emocionante por maior apoio às famílias que enfrentam perdas devastadoras em desastres aéreos.

Miyajima perdeu seu filho Ken, de 9 anos, no pior acidente aéreo envolvendo uma única aeronave, que tirou a vida de 520 pessoas. “Espero que as famílias não precisem sofrer mais de uma vez”, afirmou, ressaltando a necessidade de suporte psicológico, financeiro e acesso rápido à informação após um acidente.

O evento, realizado na cidade de Haarlem, reuniu autoridades nacionais, operadores de linhas aéreas e familiares de vítimas para compartilhar experiências e buscar soluções globais. Representantes de tragédias como o acidente da Spanair em 2008 e a queda do voo da Malaysia Airlines em 2014 também relataram suas vivências.

Miyajima destacou que o apoio às famílias deve começar imediatamente após o acidente, incluindo assistência financeira, comunicação clara sobre as investigações e suporte emocional contínuo.

A investigação oficial do acidente de 1985 apontou falhas em reparos realizados pela Boeing como a causa do desastre. Contudo, a falta de cooperação da fabricante e a ausência de responsabilização criminal frustraram os familiares das vítimas. Miyajima enfatizou a necessidade de órgãos investigativos independentes e confiáveis para garantir transparência e confiança pública.

Quase 40 anos após a tragédia, Miyajima lidera a associação de familiares, que continua a lutar por segurança aérea e pelo apoio mútuo. “Mesmo após 39 anos, as vítimas estão conectadas como uma família. Hoje, sinto-me feliz em conectar-me com tantas pessoas ao redor do mundo que compartilham essa dor.”

O simpósio, que terá suas conclusões apresentadas ao conselho da ICAO e contribuirá para a formulação de políticas futuras, reforçou a necessidade de legislações que garantam suporte abrangente às famílias de vítimas de acidentes aéreos.

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