Isenção de vistos para japoneses irem à China pode retornar em breve
(Foto: Embaixada Chinesa nos EUA | Comitiva do Japão e da China reunidos na cidade de Lima, Peru, 2024)
A China está próxima de anunciar a retomada da isenção de vistos para visitas curtas de cidadãos japoneses, conforme apurado com fontes próximas ao governo chinês. A decisão segue as discussões estratégicas realizadas em 15 de novembro, durante uma reunião em Lima, no Peru, entre o primeiro-ministro japonês Shigeru Ishiba e o presidente chinês Xi Jinping, que reafirmaram o compromisso de fortalecer a relação de benefício mútuo estratégico.
Antes da pandemia, apenas Japão, Cingapura e Brunei tinham o privilégio de isenção de vistos para visitas curtas à China. Contudo, a medida foi suspensa em março de 2020 devido à pandemia. Em resposta à crise econômica, desde 2022, a China restabeleceu a isenção de vistos para cerca de 30 países, sobretudo da Europa e do Sudeste Asiático, mas os japoneses ficaram fora dessa lista até agora.
Empresas japonesas têm pressionado por essa retomada, considerando as dificuldades enfrentadas para viagens de negócios e a importância de viagens rápidas e menos burocráticas entre os dois países.
A questão do visto reflete tensões mais amplas entre os dois países. Pequim vinha demandando reciprocidade do Japão em relação à flexibilização de vistos para cidadãos chineses, enquanto Tóquio ofereceu apenas simplificação de processos. A nova decisão parece ter sido influenciada por governos locais na China que enxergam no Japão um parceiro estratégico para atrair investimentos e impulsionar a economia regional.
A administração Xi Jinping percebe Shigeru Ishiba como um político de tom mais moderado em relação à China, especialmente quando comparado ao ex-primeiro-ministro Fumio Kishida, que buscou aprofundar a aliança Japão-EUA. A reaproximação com o Japão ocorre em um momento de expectativa de tensões ainda maiores entre China e Estados Unidos sob o governo de Donald Trump.
Segundo grandes operadoras de turismo na China, a medida pode ser oficialmente anunciada ainda em novembro de 2024, sinalizando um retorno à cooperação prática entre os dois países.
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